O cansaço rasga-me a alma... Sentada, inerte, flutuo no tecto e vejo-me a olhar para o ecrã do computador sem piscar os olhos... sou um zombie viciado em tecnologia. Procuro o contacto onde ele não existe. Despacho o medo sem saber de onde ele vem. Ignoro os sentimentos que estão na ponta dos meus dedos... quentes... desesperados por um toque menos ambíguo. Caio em mim e reparo que estou, mais uma vez, sozinha no meu quarto. Entre quatro paredes mal pintadas e tristes, ligo o aquecedor para tentar aquecer o corpo gélido que (ainda) mantenho vivo.
Mais um cigarro... menos um dia de vida. Com este cigarro crio a ilusão de entorpecimento do cérebro, ou seja, "acredito" que mantenho o pensamento longe de ideias conflituosas (tortuosas). Mais um dia que chega ao fim. Amanhã, virá outro que passará e, de novo, encontrar-me-ei aqui, nesta cadeira, não-confiante e alheia a tudo que deveria ser tão claro para mim. Estarei aqui a analisar um rosário de contas sem fim de "coisas" que ninguém alguma vez se lembraria de imaginar, em vez de enfrentar o que realmente deveria... E assim passarei mais um dia, sentada à minha secretária, até ficar com o rabo adormecido, à espera que o sono espreite...
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